09 setembro 2007

Está a Internet a matar a nossa cultura?


Num artigo de opinião (Está a Internet a matar a nossa cultura?) publicado ontem no jornal Público, Pacheco Pereira coloca questões extremamente interessantes sobre aquilo que o autor denomina de catastrofismo na boa tradição do pensamento ocidental.

José Pacheco Pereira

A propósito de um livro de Andrew Keen , Culto do Amador – como a Internet dos dias de hoje está a matar a nossa cultura, Pacheco Pereira releva o facto de o nosso saber estar a ser posto em causa pelas novas tecnologias. Por exemplo:

- “o “amador” pensa que pode competir com o profissional (seja jornalista, seja crítico literário, seja cientista (…) ) apenas porque pode livremente e sem edição colocar num blogue o que lhe vem à cabeça”;
- a questão da erosão do direito de autor pela pirataria generalizada;
- a vulgarização do plágio;
- a impossibilidade de no mundo digital se autenticar a verdade com o crescimento da virtualidade de “Second Life”;

Quer isto dizer, nas palavras do autor, que a rede é o “oeste selvagem”.

É neste mundo desconhecido que muitos se aventuram desconhecendo que o perigo está ali mesmo à espreita – contudo, quando conhecem os truques, os malabarismos imorais praticam-nos sem qualquer pudor.

No fundo, trata-se da luta entre o que é eticamente valorizado no mundo real, mas que se degrada cada vez mais no mundo virtual , onde tudo parece ser ignorado e hostilizado.

Numa mensagem final mais positiva, Pacheco Pereira destaca as questões da democracia, da competitividade e da criatividade proporcionadas pelas novas tecnologias.

Há que encontrar um equilíbrio.