VIDA(S) DE UM PROFESSOR
"Ah seja como for, seja por onde for, partir! / Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo, pelo mar." Álvaro de Campos, Ode Marítima
29 junho 2008
12 junho 2008
Será que esta senhora sabe que tem um filho?
No último fim-de-semana li esta carta de uma leitora publicada no Diário de Notícias (8 de Junho de 2008 - Cartas). Não quis acreditar...
“ERRO DE ORTOGRAFIA
Recebi uma surpreendente mensagem da professora do meu filho de oito anos, que frequenta o 3º ano dum conceituado e dispendioso colégio privado. Há dias [coitado do miúdo]que ele me vinha a dizer que se lhe tinha acabado o caderno de qualquer coisa [isto é que é uma mãe que acompanha a educação do seu filho] e que era necessário comprar outro. Tenho-me esquecido, há muita coisa a fazer, enfim, dou a mão à palmatória. A coisa [reparem na expressividade do vocábulo seleccionado] tornou-se mais oficial: quando cheguei a casa fui confrontada com uma caderneta amarela [não é a, mas sim uma - qual será? Ficou a saber que o filho tem uma caderneta!], com um recado mais ou menos com este teor: à mais de uma semana que o seu filho escreve em folhas separadas (...).“
Fiquei cheia de vontade de devolver a caderneta, com uma resposta mencionando a gravidade da questão — que a professora de muitos meninos que andam a aprender as suas bases para a vida não saiba escrever. E que estes meninos vão ser os nossos homens de amanhã, engenheiros, doutores, políticos, escritores, artistas, e que uma professora qualquer os vá influenciar para o resto da vida, com o que lhes transmitiu enquanto se formavam. Comparativamente a todos os problemas do mundo, nomeadamente do País, parece uma coisa tão pequenina... Mas não é. E é por perdoar estas coisas pequeninas que tudo nos corre tão mal, desde a época dos Descobrimentos!!! “
Dá ou não dá vontade rir? Eis um bom exemplo de como o feitiço se vira facilmente contra o feiticeiro...
“ERRO DE ORTOGRAFIA
Recebi uma surpreendente mensagem da professora do meu filho de oito anos, que frequenta o 3º ano dum conceituado e dispendioso colégio privado. Há dias [coitado do miúdo]que ele me vinha a dizer que se lhe tinha acabado o caderno de qualquer coisa [isto é que é uma mãe que acompanha a educação do seu filho] e que era necessário comprar outro. Tenho-me esquecido, há muita coisa a fazer, enfim, dou a mão à palmatória. A coisa [reparem na expressividade do vocábulo seleccionado] tornou-se mais oficial: quando cheguei a casa fui confrontada com uma caderneta amarela [não é a, mas sim uma - qual será? Ficou a saber que o filho tem uma caderneta!], com um recado mais ou menos com este teor: à mais de uma semana que o seu filho escreve em folhas separadas (...).“
Fiquei cheia de vontade de devolver a caderneta, com uma resposta mencionando a gravidade da questão — que a professora de muitos meninos que andam a aprender as suas bases para a vida não saiba escrever. E que estes meninos vão ser os nossos homens de amanhã, engenheiros, doutores, políticos, escritores, artistas, e que uma professora qualquer os vá influenciar para o resto da vida, com o que lhes transmitiu enquanto se formavam. Comparativamente a todos os problemas do mundo, nomeadamente do País, parece uma coisa tão pequenina... Mas não é. E é por perdoar estas coisas pequeninas que tudo nos corre tão mal, desde a época dos Descobrimentos!!! “
Dá ou não dá vontade rir? Eis um bom exemplo de como o feitiço se vira facilmente contra o feiticeiro...