15 novembro 2005

Resumo das cenas - Auto da Barca do Inferno

(extraído do CD-ROM da Porto Editora – Auto da Barca do Inferno)

Cena 1 – Abertura
(vv. 1-24)

Ancorados no rio da Morte, junto à praia do Purgatório, estão dois batéis: o do Inferno e o do Paraíso. Na sua embarcação o Diabo, ajudado pelo Companheiro, faz os últimos preparativos antes de receber os passageiros. A azáfama é grande; o Diabo procura arranjar espaço a bordo, pois espera muitos viajantes. Na Barca do Paraíso, o movimento é nulo.

Cena 2 – O Fidalgo
(vv. 25-180)

O Fidalgo interpela o Diabo, colocando em dúvida que ele consiga passageiros para barca tão deselegante, na qual se recusa a entrar porque, segundo ele, deixou na vida quem por ele rezasse. Assim, dirige-se depois ao Anjo, invocando a sua condição de “fidalgo de solar” para a entrada na barca do Paraíso. Porém, é repelido pelo Anjo por ter sido soberbo, tirano e ter desprezado o povo enquanto era vivo. Volta, portanto, à barca do Inferno e, quando o Diabo o manda remar, diz que tem de voltar a terra para ver sua mulher e a amada. O Diabo informa-o de que a amada já ama outro e de que a mulher agradece a Deus ter-se visto livre dele. Por fim, o Fidalgo entra na barca do Inferno.

Cena 3 –O Onzeneiro
(vv. 181-247)

O onzeneiro, quando ia recolher dinheiro, foi surpreendido pela morte, por isso nem uma moeda trazia para pagar ao barqueiro. O Diabo insiste para que ele entre na sua barca, mas, sabendo o Onzeneiro que se trata da barca do Inferno, recusa-se a entrar nela e dirige-se à do Paraíso. Mas, o Anjo recusa-se a embarcá-lo, dizendo que ele tem o coração cheio de usura; o Diabo observa que ele cobrara juros excessivos. O Onzeneiro pretende voltar à terra para buscar dinheiro para o transporte. O Diabo insiste para que entre e reme, pois iria servir Satanás, que sempre o servira a ele.

Cena 4 – O Parvo
(vv. 248-307)

Joane, falecido de diarreia, exorcisa o Diabo, quando este o quer fazer entrar na barca do Inferno. Em seguida, dirige-se à barca do Paraíso, na qual é recebido pelo Anjo por ser um pobre de espírito, que não tinha consciência dos seus erros. Porém, deixa-o na praia, à espera de outros viajantes.

Cena 5 – O Sapateiro (vv. 308-367)

O Sapateiro recusa-se a entrar na barca do Inferno, porque, segundo ele, morrera confessado e comungado. Mas, o Diabo corrige-o: excomungado, pois no exercício da sua confissão não contara os mil enganos que fizera e os trinta anos que roubara o povo.
Dirige-se à barca do Paraíso, mas o Anjo diz-lhe que, para quem roubara na praça, a barca é a outra; se tivesse vivido direito, teria agora lugar no Céu.

Cena 6 – O Frade (vv. 368-476)

Entra em cena a dançar com uma moça (Florença) com quem vive e diz-lhe o Diabo que o levará àquele fogo ardente que em vida não temera. Perplexo, o Frade pergunta se por folgar com ua mulher se há-de perder; e se os salmos que rezou em vida de nada lhe valem.
Mas, o Frade, descobrindo o capacete que trazia por debaixo do capuz, tira uma espada, e faz uma demonstração de esgrima, concluindo que um frade com tanta sabedoria não poderia ir para o Inferno. Então, vai à barca do Paraíso, onde o Anjo não lhe dirige a palavra, apenas Joane lhe fala, perguntando onde furtara tão bom bocado (Florença). Desorientado, o Frade entra na barca do Inferno.

Cena 7 – A Alcoviteira (vv. 477-556)

Chega a Alcoviteira, Brízida Vaz, com várias moças, e começa a indicar a bagagem que trazia, a pedido do Diabo, toda ligada ao seu mister de enfeitiçar, mentir e encobrir, segundo ela sofrera já tantos castigos corporais que merecia o Paraíso. Então, dirige-se ao Anjo, numa atitude de aparente submissão, de joelhos, com falinhas mansas, pede-lhe que a embarque, mas o Anjo recusou-se, agastado. A Alcoviteira entra, finalmente, na barca do Inferno, até porque, segundo ela, pareceria mal estar tanto tempo na rua.

Cena 8 – O Judeu (vv. 557-604)

Chega o Judeu que insiste com o Diabo para que este permita a entrada do bode que traz às costas. Mas, o Diabo não consente, mesmo que o Judeu pague a passagem. Então, desesperado o Judeu apela aos que já se encontravam a bordo, mas sem qualquer resultado. O Diabo manda-o para outro batel, onde Joane troça dele, apontando-lhe os actos sacrílegos que praticou. Assim, o Judeu não tem entrada em nenhuma das barcas, mandando-o o Diabo ir à toa, ou seja, a reboque com o bode pela trela.

Cena 9 – O Corregedor (vv. 605-676)

O Corregedor chega com um maço de processos debaixo do braço. O Diabo pergunta-lhe como ia o Direito, ao que o Corregedor responde que o saberia pelos processos. O Diabo diz-lhe então que entre na barca. Contudo, o Corregedor nega-se, argumentando em latim, à qual o Diabo responde com o seu latim macarrónico, indicando-lhe as razões da sua ida para o Inferno, onde aliás já estavam muitos escrivães e mestres de Direito.

Cena 10 – O Corregedor e o Procurador (vv. 677-753)

Chega um Procurador (bacharel doutor), que, à semelhança do Corregedor, se recusa a entrar na barca. Então, dirigem-se ambos à barca do Paraíso, junto da qual travam um diálogo com o Anjo e com Joane (este falando também latim macarrónico). O Anjo acaba por lhes dizer que é a barca do Inferno que lhes está destinada. Para lá se dirigem, cumprimentando o Juiz e Brízida Vaz, como gente conhecida das barras do tribunal.


Cena 11 – O Enforcado (vv. 754-825)

Respondendo à pergunta do Diabo, o Enforcado, informa-o de que um tal Garcia Moniz o convencera de que o caminho certo para a bem-aventurança era a morte na forca e a cadeia era o lugar dos escolhidos, antes desta caminhada. Conclui, portanto, que não lhe está destinada a barca do Inferno. Mas, recusada a sua entrada na barca do Paraíso, volta à do Inferno, na qual embarca.


Cena 12 – Os Cavaleiros Encerramento (vv. 826-863)

Entram quatro Cavaleiros, que morreram cativos dos Mouros, ao serviço de Jesus Cristo e da fé católica. Dirigem-se com segurança para a barca do Paraíso, ignorando o Diabo, que os interpela. Um dos Cavaleiros diz-lhe que bastava ter morrido nas Partes de Além, para se justificar a sua ida para a barca da Glória, onde o Anjo os saúda e os faz embarcar, porque
quem morre em tal peleja / merece paz eternal.

13 novembro 2005

Ficha de Trabalho - Morfologia - VERBOS

1. Copia a ficha para o Word;
2. Indica: tempo, modo, voz, tempo simples ou composto, pessoa e nº das formas verbais apresentadas

Levanto-me cedo todos os dias.
Gostaria muito de que regressasses.
No próximo Domingo vou a tua casa.
Quando eu aparecia, ele escondia-se.
Tinha voltado de manhã cedo.
Já partira quando o recado chegou.
Chegará quando forem duas horas.
É bom estarmos aqui.
Talvez lhe tivesse contado tudo.
Eles trabalharão muito, para seu bem.
Se adivinhasse não punha cá os pés.
Estuda, rapaz!
Não se pode deixar os livros aí.
Não faças coisas mal feitas!
Terminado o estudo, foi brincar.
Ele tem estudado muito.
Quando saírem as notas, ficará contente.
Pode ser que ele goste da montanha.
Talvez já lá tenha ido.
Amanhã tudo terá terminado.
Teria cantado a canção se a soubesse.
Cantando, o tempo passa mais depressa.
O sol nasce para todos.
Foi louvado pelo seu esforçado trabalho.
É preciso que lhe falemos disso.
A Ana vai fechar a torneira.
Ó Ana, vai fechar a torneira.
Vai andando depressa.
Os fortes nunca se queixam.
Mais vale rebentar do que enferrujar.
Será possível?!
Não acho que ela saiba matemática.
Desejaria ser poeta como Camões.
Ia correndo muito lentamente.
Descansaria quando chegasse.
Voltarei quando quiseres que eu volte.
Queres que ele volte?
Ele terá dito ao pai para o acordar?
Entrámos pela porta da cozinha.
Nunca mais lá entramos.
Oxalá tenhamos bom tempo no Sábado.
Passaram pela avenida ao entardecer.
Tinha no pai um bom amigo.
Disse-nos para lavarmos os dentes.
É bom que ele venha depressa.
Ajuda-me a pôr a mesa.
Realmente, não tens muito juízo!
O avô era um bom trabalhador.
O jogo não correra muito bem.
Perderam por muitos.
O primeiro golo foi incrível.
O guarda-redes não estava na baliza.
Quando fores a minha casa…
Leva o livro de Matemática.
Faremos juntos alguns exercícios.
A mãe há-de ter lá um lanche para nós.
O pior é a minha irmã mais nova.
Rasga tudo o que encontra à mão.
Mas talvez ela não esteja em casa.
Talvez te conte uma história.
É melhor irmos já para casa.
Hoje o pai chegará tarde.
Gostaria de ir contigo.
A avó telefonara no dia anterior.
Tens um livro bom que me aconselhes?
Gosto mais de subir montes.
Caminhas muito depressa.
Caminho muito depressa?
Oxalá tenhas razão.
Teria pena se assim não fosse.
Terias pena se assim não fosse?
Evidentemente. Por que duvidas?
Pensei que estavas a brincar.
Nunca mais acaba este exercício?
Parece que chegámos ao fim…

(extraído do site http://cidadela.com.sapo.pt/portugues.htm)