Os caminhos do olhar no ecrã

"Ah seja como for, seja por onde for, partir! / Largar por aí fora, pelas ondas, pelo perigo, pelo mar." Álvaro de Campos, Ode Marítima
João Guerreiro (ouro), João Matias (prata) e Vasco Moreira (bronze) fizeram um pleno no pódio
Quem disse que a Matemática é um papão? Portugal obteve o melhor resultado de sempre nas Olimpíadas Ibero-americanas de Matemática, que decorreram este ano pela primeira vez no nosso país.
A iniciativa, da responsabilidade do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e da Sociedade Portuguesa de Matemática, contou com a participação de 90 pequenos génios da Matemática, com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos.
João Guerreiro, um estudante lisboeta de 17 anos, ganhou a medalha de ouro, ficando os outros lugares do pódio distribuídos por João Matias (prata) e Vasco Moreira (bronze). A entrega de prémios está marcada para amanhã, Sábado, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.
O resultado, sublinham os responsáveis, foi extraordinário. Guerreiro ficou em terceiro no ranking geral de pontuação, a apenas quatro pontos de um jovem argentino. Segundo o regulamento, as medalhas são atribuídas no máximo a metade dos participantes, um sexto das quais de ouro, dois sextos de prata e metade de bronze.
Os concorrentes vão somando pontos à medida que resolvem determinados problemas. E recebem as medalhas pelo total cumulativo dos pontos ganhos.
As olimpíadas, que se realizam desde 1985, vão na sua 22ª edição e envolvem 23 países. Este ano, calcula-se que tenham mobilizado 20 milhões de estudantes – 18 mil em Portugal – no espaço ibero-americano, para uma selecção final de 90.
ricardo.nabais@sol.pt
in http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=55487
José Pacheco Pereira
A propósito de um livro de Andrew Keen , Culto do Amador – como a Internet dos dias de hoje está a matar a nossa cultura, Pacheco Pereira releva o facto de o nosso saber estar a ser posto em causa pelas novas tecnologias. Por exemplo:
- “o “amador” pensa que pode competir com o profissional (seja jornalista, seja crítico literário, seja cientista (…) ) apenas porque pode livremente e sem edição colocar num blogue o que lhe vem à cabeça”;
- a questão da erosão do direito de autor pela pirataria generalizada;
- a vulgarização do plágio;
- a impossibilidade de no mundo digital se autenticar a verdade com o crescimento da virtualidade de “Second Life”;
Quer isto dizer, nas palavras do autor, que a rede é o “oeste selvagem”.
É neste mundo desconhecido que muitos se aventuram desconhecendo que o perigo está ali mesmo à espreita – contudo, quando conhecem os truques, os malabarismos imorais praticam-nos sem qualquer pudor.
No fundo, trata-se da luta entre o que é eticamente valorizado no mundo real, mas que se degrada cada vez mais no mundo virtual , onde tudo parece ser ignorado e hostilizado.
Numa mensagem final mais positiva, Pacheco Pereira destaca as questões da democracia, da competitividade e da criatividade proporcionadas pelas novas tecnologias.
Há que encontrar um equilíbrio.
(símbolo da boa sorte)
http://chineseculture.about.com/library/picks/aatp_luckysymbols.htm